
No fundo entendo como uma espécie de desabafo, imbuído da intenção de auxílio, informação, diversão (claro) e uma mensagem sobre se devemos ser tão rígidos sobre padrões e esquemas que dizem respeito à beleza na sociedade em que vivemos. Afinal, como diz o texto da chamada do programa "o que é bonito para uns..."
Jessica me transmite boas energias, é sincera e honesta na intenção de passar sua inabilidade em aceitar certos parâmetros de beleza de todas as culturas que visitou, mas me pareceu um tanto ingênua sua apuração dos fatos no epísódio dedicado ao Rio de Janeiro que representou o padrão de beleza nacional. Ela entrevistou Angela Bismarchi detentora do título de mulher que fez mais de 40 cirurgias plásticas. Ficou parecendo uma análise de Frankenstein Woman na Terra do Paraíso! Isso ofereceu uma visão reduzida da realidade, ainda mais por mostrar em outro quadro uma moradora de favela - mãe de uma menina de seis anos - que descreve em curta entrevista o cronograma de processos de beleza entre manicures e cabelereiros que a moça frequentemente pratica além de expor sua intenção de trocar a oportunidade de mudar do lugar perigoso onde mora para fazer cirurgia plástica. Jessica critica a intenção da mãe que prefere gastar com uma cirurgia plástica o que poderia oferecer no provimento de um futuro melhor a sua filha.
Se Jessica está certíssima na sua avaliação sobre o futuro da filha da moça favelada, reduziu a visão dos brasileiros como obcecados pela beleza e pela cirurgia plástica, o que não faz parte da rotina da maioria de nós. Com certeza merecia um estudo mais aprofundado da questão. Ainda mais por Jessica pertencer a uma cultura que produz até reality shows de cirurgiões plásticos de Beverly Hills e que detona quem sai deste padrão ingrato do esquema de beleza Hollywoodiano. Quero distãncia disso!
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